Fundado em 26 de janeiro de 1916, o Grupo Sportivo Adicense nasceu da vontade de onze jovens de Alfama em oferecer ao bairro alternativas saudáveis de convívio, desporto e cultura, afastando as gerações mais novas das tabernas que então proliferavam. Mais de um século depois, o Adicense mantém viva essa missão: ser um espaço aberto à comunidade, onde tradição, solidariedade e participação cidadã caminham lado a lado.
Sediado no coração de Alfama, o Adicense é uma referência na vida associativa lisboeta. Ao longo da sua história, foi palco de múltiplas iniciativas desportivas, culturais e recreativas, tendo sido, por exemplo, um dos fundadores da Associação de Ping Pong de Lisboa, em 1932, juntamente com outras coletividades históricas da cidade.
Hoje, o Grupo Sportivo Adicense continua a promover o espírito de vizinhança e pertença, através de atividades regulares para todas as idades: treinos desportivos, eventos culturais, noites de fado, ações de solidariedade e tertúlias comunitárias. Com um olhar voltado para o futuro, mas sem esquecer as suas raízes, o Adicense afirma-se como um espaço de encontro, diálogo e construção coletiva.

Com raízes que remontam à ocupação romana e islâmica, Alfama é um dos bairros mais antigos e emblemáticos da cidade de Lisboa. Estendendo-se do Largo do Chafariz de Dentro até às encostas do Castelo de São Jorge, Alfama mantém uma identidade própria, moldada por séculos de história, cultura e resistência popular.
O nome Alfama deriva do árabe al-ḥamma, que significa "fontanário" ou "banho", evocando as águas termais que outrora corriam nesta zona. Durante a ocupação muçulmana, o bairro era um núcleo habitacional importante e, após a conquista cristã de Lisboa em 1147, manteve-se como espaço de convivência entre diferentes culturas e tradições.
Sobrevivente ao terramoto de 1755, que devastou grande parte da cidade, Alfama preserva até hoje a sua malha urbana medieval, feita de ruelas estreitas, escadarias íngremes e largos improvisados onde o tempo parece passar devagar. É neste cenário que se ouve o eco do fado, que aqui encontrou um dos seus berços mais genuínos.
Alfama foi, durante décadas, associada à pobreza e à marginalização social, habitada por comunidades humildes, pescadores e operários. Ainda assim, nunca perdeu a sua alma comunitária nem o seu dinamismo cultural. Ao longo dos últimos anos, tem vindo a assistir a um processo de revitalização, acolhendo novos projetos artísticos, sociais e associativos, sem deixar de lado a memória dos que aqui nasceram, viveram e resistiram.
Mais do que um postal de Lisboa, Alfama é um lugar vivido – por dentro e por quem o sente como casa.